Diante de ameaças públicas e perseguições a pessoas ligadas à política, a conferência reuniu ativistas e militantes da América Latina, Europa e Estados Unidos para discutir o cenário político do Brasil e o autocuidado nos novos tempos.
A Conferência Internacional [SSEX BBOX] é um encontro anual de grupos de pesquisadores, ativistas, artistas e pessoas acadêmicas, que vivenciam questões relativas ao gênero e à sexualidade fora da caixa. O evento acontece anualmente e é aberto para todas as pessoas – curioses, amigues, jornalistas, família, empresas e instituições.
A 5ª edição da conferência foi realizada em Paris, na França. Durante quatro dias, pessoas e ativistas sociais participaram de mesas, palestras, oficinas e shows.
Desde a possibilidade da eleição do governo Bolsonaro, jornais internacionais já anunciavam o medo e as ameaças que tomavam conta da população minorizada como LGBTQIAP+, pessoas negras, indígenas e mulheres. Sentimentos que se tornaram ainda mais presentes com o assassinato de Marielle Franco, ameaças públicas e perseguição ao jornalista e ex-deputado Jean Wyllys e, recentemente, ao jornalista Glenn Greenwald.
Diante de tamanha preocupação, vários países, principalmente da Europa, criaram políticas de auxílio e recepção para brasileires, além de se posicionar publicamente contra as articulações políticas de ódio e extermínio do atual governo do país.
Assista às plenárias da 4ª EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL [SSEX BBOX] que em São Paulo.
https://ssexbboxconferencia.com.br/videos/
Pensando na importância da pressão internacional que países podem fazer pelo Brasil, com uma narrativa que deve ser construída com cuidado, a 5ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] foi realizada em Paris, na França, reunindo ativistas e militantes da América Latina, Europa e Estados Unidos, como o jornalista e ex-deputado Jean Wyllys, que teve que deixar o Brasil após ameaças de morte em 2018; Monica Benicio ativista social e esposa da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018; Fabrice Houdart, oficial de Direitos Humanos global da ONU em Nova Iorque; Sam Bourcier, importante nome na introdução da teoria queer; Lea T., mulher transgênero brasileira, uma das modelos com maior destaque na atualidade, ícone de cultura pop e ativista LGBTQIA+; Pri Bertucci, um dos poucos CEOs Trans do Brasil, fundador e presidente do [SSEX BBOX], entre outres convidades. Juntes, refletiram sobre a história, cenário político-social do Brasil, autocuidado para esses tempos e claro, sobre o futuro de todes.
“Diante de dados em que o Brasil aparece como o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo, a visibilidade global para essa população minorizada se faz urgente, especialmente no atual momento político, onde percebemos que essa masculinidade tóxica de imposição de verdades pela força, que usurpa os fluidos e tecidos da terra, que destrói as florestas, é a mesma que violenta as mulheres e mata os LGBTQIA+. Os pedidos de mudança são urgentes, e para costurar essa narrativa, convidamos ativistas como Jean Wyllys, Monica Benicio, Fabrice Houdart, Lea T, Dani Nega e Craca entre outros nomes à confirmar.”
comenta Pri Bertucci, idealizador da Conferência.