COLUNA

Pri Bertucci

[ILE/DILE & ELE/DELE]

Artista social, educadore e pesquisadore da área de diversidade há pelo menos duas décadas

Combater o racismo não é “pedir desculpas” por ser uma pessoa branca

É assumir responsabilidade.

Vamos falar sobre racismo estrutural e papel da branquitude

Branquitude

  1. Hegemonia cultural branca,  aquilo que pode ser chamado de identidade racial das pessoas brancas em uma sociedade racializada.
  2. Branquitude na verdade é uma particularidade, uma identidade particular, que se pensa universal.
  3. Pessoas brancas também tem raça, não são é  apenas uma questão de pessoas negras e indígenas

Felizmente, as discussões sobre racismo estrutural tem se avolumado ao longo dos últimos anos. Cada caso cotidiano de preconceito racial, velado ou não, é uma oportunidade para debates e para que pessoas brancas questionem seu papel na manutenção deste quadro.

Cida Bento, psicóloga e ativista, em seu livro O pacto da branquitude, diz:

“Não temos um problema negro no Brasil, temos um problema nas relações entre negros e brancos. É a supremacia branca incrustada na branquitude, uma relação de dominação de um grupo sobre outro (…) que assegura privilégios para um dos grupos e relega péssimas condições de trabalho, de vida, ou até morte para o outro”.

Entender esse cenário persistente é o primeiro passo. Outro é questionar o mito da “democracia racial” e suas vertentes, como a propalada “meritocracia”, que, em tese, possibilitaria a pessoas não brancas galgar altas posições na hierarquia social – não é o que vemos, na prática, no Brasil. Ou seja, reconhecer que há um problema que deve ser atacado. Mas e depois? 

Se pessoas brancas são, em alguma medida, racistas (já que o racismo é estrutural), por que é tão incômodo reconhecer-se como tal? Veja o que diz Grada Kilomba, escritora, teórica e multiartista portuguesa:

As pessoas muitas vezes perguntam: ‘Sou racista?’. Essa é uma questão moral, que não é realmente produtiva, porque a resposta será sempre: ‘Sim’. (…) A pergunta deveria ser: ‘Como eu posso desconstruir meu próprio racismo?’. A questão, hoje, não é se livrar da branquitude, mas conseguir se posicionar novamente dentro dessa branquitude”.

Combater o racismo é responsabilidade de pessoas brancas, porque foram elas quem, ao longo dos séculos, o perpetuaram, impingindo todo tipo de sofrimento a pessoas não brancas. Da mesma forma, para falar de negritude, é preciso discutir a branquitude.

A [DIVERSITY BBOX] traz para todes o curso “Introdução a Branquitude e Relações Raciais”. Nosso objetivo é trazer as pessoas brancas para o centro do debate das relações raciais, como parte implicada e produtora das estruturas vigentes. Queremos desnaturalizar a percepção sobre o racismo, de modo a enfrentarmos suas consequências e incidirmos na sua anulação.

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Hoje, trazemos para vocês o curso “Introdução à Branquitude e Relações Raciais”. Ele se apoia numa importante conversa que ocorreu na 4ª Conferência Internacional [SSEX BBOX], com a participação de Lia Schucman e Cida Bento.

É uma oportunidade única de passarmos da inércia à ação, deixando de apenas nos “desculparmos” por nosso papel, enquanto pessoas brancas, na manutenção do racismo, para enfim pensarmos estratégias que concretamente podem mudar esse cenário.

Branquitude:: Diálogos sobre racismo e antirracismo
O pacto da branquitude

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COLUNISTA

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Pri Bertucci

[ILE/DILE & ELE/DELE]

Artista social, educadore e pesquisadore da área de diversidade há pelo menos duas décadas. Identifica-se como pessoa não branca, não cis, não binária, transgênero /gender queer. É CEO da [DIVERSITY BBOX] consultoria; fundadore do Instituto [SSEX BBOX], projeto pioneiro no tema de justiça social; cocriadore do “Sistema Ile”, mais conhecido como linguagem neutra na língua portuguesa. Pri também é produtore executivo da Marcha do Orgulho Trans de São Paulo, e inovou em 2023 quando criou a primeira AI não binária do mundo.
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As ações do Instituto incluem apresentar ferramentas, conteúdos educacionais, e soluções estratégicas visando o exercício do olhar interseccional para grupos sub-representados. Nossas atividades tiveram início em 2011, a partir de uma série de webdocumentários educacionais que exploram temas da sexualidade e gênero para promover mudanças sociais com base nos direitos humanos.

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