Ei Brasil, mostra tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim! Vixe, meu bichim…! Agora me veio a dúvida quem realmente é, será que sou eu? Tu? Vós? Quem dá a voz? Ou eles? Ou será que é você, vossa messer, vós misser, vós sunser ou vc?
Oxê menine, qual é a cara do Brasil? Ainda existe na minha mesa um banquete com pernil? Para que no final do meu desjejum seja um grande arroto de “europeidade”, recheado de palavrões, arranhões, preconceitos, autoritarismos e imoralidades!
Bah guria! Brasileiro na europa é PHD em samba e futebol, encobrindo a fama de que somos bons de lençol. Responde aí “piá”! Por que os “brasopeus” não gorjeiam por lá como fazem por cá?
Ei, escute! Dizem por aí que Deus é brasileiro, se é verdade, o que será que nosso senhor tem a dizer? Na verdade, tenho falado muito, “pois não senhor!”, Entra! Entrega! Corre! Deixe-me ver tua cor!
Hó Deus! Já desliguei a TV e nesse “bang-bang” os indígenas ainda continuam morrendo, neste ato de tudo ser demonizado, o “Capiroto” perdeu o emprego, o páreo tem sido duro na deminiomania. Já tocaram as trombetas e nem sei se meu nome está no livro da vida, mas qual vida? Neste segundo em que escrevo mais uma vida está indo e nem as sirenes consegui ouvir.
Um dia cheguei a ouvir, “oh meu Jesus, perdoai e nos livra do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem!”, Temos pressa senhor, minha pele, meu povo, minha alma queimam e estamos precisando, estão arrotando teu nome com bíblias e armas nas mãos, por favor me mostre o céu, pois não quero ser um brasileiro norte americano “europeizado”.
Sou da nata, da mata, nativa criativa, de um povo sem júri ou juiz e que nunca foi tão significativo responder tal pergunta autoritária: quem você pensa que é? Prazer! Eu sou Ubiraci Pataxó.